Actualmente, o futebol (não a prática deste desporto) está na origem de muitos actos de vandalismo e de violência gratuita que se cometem a coberto de ser-se adepto de um qualquer clube. Traz-se para o espectáculo tudo que uma paixão mal conduzida pode fomentar: o desrespeito pela diversidade de escolha clubística e a intolerância à coexistência do êxito e do fracasso de uns e outros. Esquecem-se valores cívicos, veste-se a capa do ódio e da violência cega quando a irracionalidade está presente. Factos e ocorrências no futebol são exaustivamente alimentados, sustenta-se a maledicência e a insinuação que vão suportar toda a carga incendiária e irresponsável que atravessa indiscriminadamente o futebol, acicatando ódios que se estendem para além do campo onde os jogos se disputam. O calor da paixão clubística não deve extrapolar o comportamento social que é exigido pelo bom senso e pelas regras de sociedade. Tal comportamento, a par do vandalismo e da violência que o definem, deixam, à solta, o medo. Usufruir do prazer de assistir a um jogo de futebol acarreta riscos. A interiorização de que comportamentos desta índole possam acontecer gera momentos de insegurança e, no ar, paira o receio que, alguma vez, uma qualquer situação criada se apodere dos laivos de uma insubordinação social de difícil controle.
Created by Rodney L. Noga
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Foi há 10 anos que ocorreu o massacre em Columbine High School, perto de Denver, e integrada no sistema escolar das escolas públicas do Condado de Jefferson, no Colorado. Perderam a vida 12 alunos e um professor e causou ferimentos em 23 alunos. O massacre, com recurso a armas e bombas que construíram, foi planeado e concretizado por dois alunos da mesma escola, que acabaram por se suicidar. Este massacre ainda estava muito presente, tinha acontecido havia pouco mais de um ano, quando, no âmbito da minha formação em comportamentos e problemáticas de risco, tive o privilégio de assistir ao depoimento/aula do Professor Scott Poland que coordenou as equipas de intervenção e resposta às crises desencadeadas após os massacres, na Heath High School, Paducah, Estado de Kentucky, em 1 de Dezembro de 1997 e na Westside Middle School, Jonesboro, Estado de Arkansas, em 24 de Março de 1998 e que, como psicólogo especialista na prevenção de acções de violência e de suicídio juvenil, liderou a equipa que foi convidada para Jefferson County Public Schools (as escolas públicas do Condado de Jefferson), Colorado, para dar resposta ao trauma e à crise após o massacre na Columbine High School.