Quando quatro monárquicos na família afirmam convictamente que no dia 5 de Outubro se comemora a Independência de Portugal reconhecida pelo Tratado de Zamora, em 1143, como republicana, só me resta concordar com a coincidência da data.
Quando quatro monárquicos na família afirmam convictamente que no dia 5 de Outubro se comemora a Independência de Portugal reconhecida pelo Tratado de Zamora, em 1143, como republicana, só me resta concordar com a coincidência da data.
2016 está quase a partir. Foi intenso na alegria e na dor. Tal qual a geringonça que cronologicamente o percorreu e que se presumia instável e a prazo, ora bamboleoando-se mais para a esquerda, ora mais para o centro-esquerda, 2016 lá se foi aguentando também. Uns dias mais a contento, outros mais para esquecer. Foi um ano em que tudo pôde acontecer, quer para o bem quer para o mal. Foi rico em acontecimentos que perdurarão na memória das gentes. Não será recordado como mais um ano que foi cumprido mas, sim, repleto de memórias registadas para a História da Humanidade, desde o brutal terramoto em Itália ao terror dos atentados (Bruxelas, Nice, Istambul, Berlim); do cheiro a medo, sangue e morte em Alepo ao drama dos refugiados que atravessam o mar em busca da Paz e com esperança em melhores dias. Em 2016, o Homem continuou a ser o ator cruel e o observador condoído nos dias mais negros do ano. Como esquecer? Também outros acontecimentos não podem ficar esquecidos porque, de forma imprevista, a Morte levou gente da música, do cinema, da televisão, do teatro, da ciência, do desporto, da política. Saudade e tristeza. Vidas que partiram e deixaram um memorável legado à Humanidade. Por fim, resta recordar, no rol dos acontecimentos de 2016, que Portugal foi Campeão Europeu!
Passam os dias e a chuva dá tréguas. Maio, que cumpre a sua reta final, oferece um dia quente. Desço a rua até ao mar, caminho pela praia e aproveito o sol que tão escondido tem andado. Ficam as imagens.
A tranquilidade do mar em dia de sol.
As flores que dão cor às dunas.
A ribeira corre para o mar.
Os dias passam e o calendário cumpre-se vertiginosamente. Correm! Mal acabaram de passar o Natal, as festas, os doces, os presentes, o início de um novo ano e, em escasso mês e meio, o Carnaval chegou, esgotou-se e partiu encharcado. S. Valentim veio e vai embora em dia de temporal. É tempo de inverno alagadiço que cinzenta a alma e inunda o corpo agarrado à sucessão dos dias aborrecidamente cinzentos e tristes. É um inverno chuvoso que transborda, destrói e arrasta qualquer boa disposição que ainda resta para encarar as condições metereológicas adversas que se fazem sentir. São dias e dias de chuva que apetece dizer: Basta! Dias de sol precisam-se! Mas os simples mortais não têm poder para exigir uns poucos dias de sol!
A preguiça, ao sol quente de junho, toma conta do corpo, apodera-se das horas e alia-se à cadeia de inutilidades que vai ocupando a mente. A vontade, que não se solta das amarras da preguiça, entrega-se vencida ao relaxamento inconsequente, enquanto o pensamento, livre de rotinas e obrigações e esquecido de tudo o que é importante, deambula e não se deixa traduzir pelas palavras que, agarradas à ociosidade instalada, não se comprometem, antes se tornam indolentes ou improfícuas. O melhor, pois, é buscar o silêncio, senti-lo, adicioná-lo à preguiça para a rentabilizar ao máximo, porque o sol quente de junho permite que seja usufruída sem remorsos nem lamentos.
Mais um dia Mundial do café que não posso deixar passar em branco. Um breve instante de pausa para, em ti, buscar o aroma, entregar-me ao teu sabor e aproveitar aquele momento do café, sempre tão reconfortante, que me devolve o ânimo e a força quando o cansaço se quer impor.