Quem aprova o referendo à coadoção, ponha o dedo no ar! Ui, vejo ali uns quantos jotinhas e mais uns quantos seniores que trouxeram para a ribalta “esta coisa” do referendo que submeteram à aprovação. Exercício da democracia? Eu diria que é mais um ato de preconceito e o receio de assumir que é preciso olhar as crianças que estão no cerne da questão sobre a coadoção por casais hmossexuais.
Do casamento entre homossexuais, legalmente reconhecido em Portugal, um novo modelo familiar surge e os papéis de mãe ou de pai estão simultaneamente atribuídos a duas pessoas do mesmo género. A sociedade é pouco tolerante ou melhor dizendo, muito resistente às mudanças que nela acontecem. Quem foi eleito para representar o povo não pode ignorar e tudo deve fazer para atenuar o preconceito e a resistência face a este novo modelo de família. Encare-se esta realidade que existe na sociedade atual. Famílias com duas mães ou dois pais existem! É lícito que a mãe ou o pai, neste novo modelo de família, deseje que a companheira ou companheiro, respetivamente, tenham direito à coadoção, com direitos e deveres de parentalidade. Amam e cuidam os filhos como a mãe e o pai de famílias tradicionalmente constituídas. O superior interesse da criança e a proteção à família não podem ser ignorados ou esquecidos pelo preconceito e pela discriminação. Apetece-me gritar e dizer com veemência: São crianças, senhores!