Quando quatro monárquicos na família afirmam convictamente que no dia 5 de Outubro se comemora a Independência de Portugal reconhecida pelo Tratado de Zamora, em 1143, como republicana, só me resta concordar com a coincidência da data.
Quando quatro monárquicos na família afirmam convictamente que no dia 5 de Outubro se comemora a Independência de Portugal reconhecida pelo Tratado de Zamora, em 1143, como republicana, só me resta concordar com a coincidência da data.
Costa é um "desmancha" vitórias dos outros. Costa não gosta de vitórias pouco expressivas e, tal como já se viu nas eleições que A. Seguro disputou e ganhou, procura o protagonismo, estraga a festa! Costa sofreu uma derrota nas Legislativas e, contudo, ei-lo a acenar à esquerda com a bandeira do entendimento para a formação de um provável governo. A jogada à esquerda, sem que perca o contacto com a coligação de direita, coloca Costa na posição de charneira. Neste impasse de vaivém, enquanto tem conversas que diz inconclusivas com a direita, colhe convergência e cedências da esquerda. Resta saber para que lado Costa vai bater com a porta e a quem a vai abrir para a governação do país. Após as eleições, Costa é quem mais ordena... E o que fará o Presidente da República?
E, neste dia de outono ensolarado e mar tranquilo, enquanto o barco à vela navega, Portugal, mergulhado nas vagas de indefinição, ao sabor dos ventos imprevisíveis que sopram dos quadrantes políticos à esquerda e à direita e legitimados pelo voto livre dos seus cidadãos, fica à espera do rumo que Costa, feito timoneiro, parece querer traçar para a sua governabilidade.
Munidos do respetivo currículo para acederem ao palco do poder pelo voto livre e democrático, atores do carreirismo político fizeram promessas de boa representação e, teimosamente, levam à cena, em tempos de crise, uma peça sobre a justiça social sui generis, inspirada na austeridade. No cenário das políticas que interpretam, os atores do poder não revelam talento. Canastrões! Não passam de atores institucionais que levam ao público, e mais uma vez, a representação do estafado roteiro da austeridade.
Em menos de 24h já se foram dois ministros. Lá vai um ...lá vão dois... e entra uma nova ministra que neste momento toma posse... Mas isto é um governo? E o que se segue? Adivinha-se um verão quente. Julho começa mal... um governo moribundo!!
Jovem com pretensões a político, o jotinha, espreita a melhor perspetiva que a vida lhe possa oferecer e busca a acomodação num qualquer partido do espetro político que lhe proporcione a garantia de ganhos futuros. Enfronha-se no aparelho do partido político, o seu hospedeiro e, junto dos seus pares, é mais um jovem endoparasita que se dedica a prover recursos e meios que lhe sustentem o sonho e o guiem como jotinha influente, mobilizador e líder da juventude partidária que congrega à sua volta. Metodicamente, em nome dos interesses políticos do partido e do país, busca conhecimento que lhe alimente o crescimento indispensável na estrutura partidária de acolhimento que o formata politicamente e focaliza-se no seu primeiro objetivo, "a Jotaliderança". Toma-a como o trampolim que o catapulta para o primeiro patamar na carreira político-partidária e, como jovem líder, o jotinha constrói e enriquece um currículo político bem conseguido e reconhecido para, no momento preciso, fazer despoletar uma ambicionada cimentação política mais alargada. E é eleito deputado! E, dentre tantos outros jotinhas, com militância e ação políticas sempre presentes, em nome do eleitorado que pretende em crescendo, soma episódios de (in)sensibilidade e atividade políticas de (ir)relevante cidadania e serviço público. Mais tarde, a recompensa chega. Tem a acessão a cargo na governação ou em administração de reconhecido prestígio, a convite de outros poderes que gravitam em redor do poder político que ele, desinteressadamente (?!), tão bem sabe servir.
Ele, com elegância de impecável talhe, apresenta porte único e distinto. Sabe como agir rápido aos ataques dos adversários, movimenta-se ardilosamente, abusando do autoelogio ou da vitimização enganosa. Líder incontestado, em triunfal e conveniente show-off, faz acusações, alija responsabilidades, usa um discurso formatado ao propósito circunstancial de continuidade no poder, arranca o aplauso bajulador e congrega o voto fidelizado dos seus subservientes apoiantes. É a imagem de um self marketing politic man.
O mundo continua a girar e Portugal, quase letárgico, vai girando alheado. A azáfama eleitoral percorre o país de norte a sul. Os candidatos às presidenciais, assessorados por galopins, desdobram-se em arruadas, feiras, comícios e jantares. É o jogo da luta pelo voto do povo. Jogam as palavras que definem as qualidades que os diferenciam e apresentam-se ao eleitorado. Um candidato proclama-se o arauto da confiança e da competência. Outro apodera-se dos valores da democracia e revê-se como a guardião da república e do estado social. Ainda outro afirma ser a única alternativa à necessidade de rutura e de mudança. Um outro candidato, um não profissional da política, apresenta-se como o cruzado da confiança para recomeçar Portugal. Ainda outro, qual D. Quixote, escolhe os destinatários e desfere ataques verbais a quem chama de tiranetes e outros quejandos da política. Por fim, outro candidato reduz o seu propósito de luta contra a resignação ao pedido de explicações que exige a um dos seus concorrentes, o seu alvo preferencial. Debates, comentários, análises, opiniões alimentam jornalistas experts em política nacional, comentadores, analistas, formadores de opinião e uma casta de politólogos que pululam por aí. Esmiúçam, analisam, abalizam palavras e ações dos candidatos e dos seus apoiantes mais diretos e influentes. O resultado é a amálgama de opiniões e conjeturas. Especulam-se estratégias, apontam-se soluções políticas, inconclusivas e confusas, que o povo, simplesmente, despreza. Por isso, no ar, paira a sombra de um outro candidato, sem rosto – a abstenção – com a força de desvirtuar o resultado do ato eleitoral.