Que esperar dos resultados alcançados nas eleições europeias se a campanha dos candidatos portugueses decorreu sem tempero? Claro que os resultados só poderiam ser de difícil digestão para alguns, como a vitória que uns cantaram e que não foi alcançada com o estrondo seguro que auguravam. Um resultado que ficou muito aquém das expetativas. O sabor amargo de uma vitória bem menos ampla com que sonhavam. Que amargo de boca para os vencedores!
A derrota que se perspetivava muito profunda, um desastre para a maioria que governa e que todos os candidatos concorrentes alvitravam, foi menos gravosa e, assim, um leve alívio para os vencidos da noite. Contudo, a azia dos resultados estava lá! Mas nada que o tratamento com anti-ácido de efeito eficaz não possa debelar.
Foice e o martelo mais o girassol atravessaram, sem mossas, a campanha para as eleições. A ferramenta e a flor de quem sabe como pode cativar com os votos dos seus fiéis militantes. E, tranquilamente, digeriram os resultados. O sabor gostoso do objetivo alcançado! Até puderam lambuzar-se um pouco.
Mas o vencedor das eleições foi, sem dúvida, a “personalidade-partido”. Pés na Terra, por aqui, por ali, foi condimentando as palavras de apelo ao voto e o eleitorado foi saboreando e aprovou. Por isso, o resultado alcançado. Chegou, viu e venceu! O verdadeiro sabor da vitória. E não vai só para a Europa.
De pé, a derrota inesperada chegou! Um murro no estômago e, em bloco, todos sentiram a desilusão dos resultados. Problemas de digestão e a terapêutica vai ser longa, com sequência imprevisível. Talvez sem cura e alguns já lhe preveem o fim.
Mas as eleições já eram e, em breve, passarão à História. Tudo vai regressar ao normal, embora a miscelânea que os resultados trouxeram não ajudam a desvendar qual será o nosso futuro, nem o da Europa. Os desaires e as vitórias cairão no esquecimento. O Mundial de Futebol está aí e será o antidepressivo com o efeito mais seguro. E há uma certeza: não haverá a abstenção ganhadora e incontrolável no que diz respeito ao futebol. Ninguém se demitirá de apoiar a Seleção.