Olho os títulos dos jornais diários e leio, “saiba quanto lhe vai custar a vida em 2014”, “calcule quanto lhe vão cortar no salário”, “veja aqui quais são os cortes que vai sofrer”, e ponho-me a pensar quanta maldade esta austeridade está causar nas nossas vidas. Veio a ministra, de ar seráfico e conversa fria e dramática, servir-nos o jantar com mais um pacote de cortes que, cada vez mais, apontam para o nada, para um esforço sem sentido. Quer fazer crer que tem valido a pena, e toca a prescrever uma dose mais agressiva de sacrifícios para 2014. Quase copy and paste do orçamento de 2013 com nuances mais pesadas. Só ainda não vale arrancar cabelos e olhos. Se sentíssemos que todos os sacrifícios têm sido uma aposta vencedora, até nos entregaríamos a eles com a réstia de esperança que ainda nos sustenta e a paciência que vamos tendo para aturar estes governantes e a Troika. Um orçamento, à custa de mais sacrifícios impostos aos papalvos de sempre, é para Troika e mercados verem… porque esta estratégia orçamental não tem dado resultados francamente visíveis. Olhamos e o que vemos? O défice a engordar, o rendimento a definhar… e a economia a ressentir-se.
