Entre a terra e os astros, flor intensa.
Nascida do silêncio, a lua cheia
Dá vertigens ao mar e azula a areia,
E a terra segue-a em êxtases suspensa.
*ANDRESEN, S. M. B. (1998): OBRA POÉTICA I, Ed. Caminho, 4ª edição, p. 123.
Estamos no Ano Internacional da Astronomia. A tarde de sábado foi destinada para uma visita ao Planetário. O João e o Tiago foram ver a sessão “ O Vítor vai à Lua”. Gostaram de tirar fotografias no veículo espacial e de saberem quanto peso teriam nalguns planetas do sistema solar. Para o Tiago, a aventura de ir ao Planetário foi ''uma seca'' , disse-me ele, entre dentes, de voz velada. Acabou por adormecer no colo do pai. O João não fez qualquer comentário, não perguntou nada, o que me leva a concluir que a história pouco lhe interessou. Acho que ele achava mais graça quando, levado pela mão do Marco e ainda bem pequenino, ia espreitar a lua, à porta de casa. Das árvores, em frente ao Planetário esvoaçavam uma espécie de fiapos que se juntavam no acesso à entrada e formavam pequenos e numerosos novelos que o João procurava apanhar do chão. Ele engraçou com o algodão, como lhe chamava.