Relâmpagos e trovoada encheram a noite. E a chuva veio ajudar. O ar está “lavado”. Já não se sente o forte cheiro a madeira queimada que se espalhara por todo o lado. Ainda bem.
Relâmpagos e trovoada encheram a noite. E a chuva veio ajudar. O ar está “lavado”. Já não se sente o forte cheiro a madeira queimada que se espalhara por todo o lado. Ainda bem.
O vento sopra forte e atiça o fogo traiçoeiro que avança veloz. Sempre dominador. Sente-se o cheiro intenso do fumo que acinza o azul celeste, onde o sol escaldante irradia sem complacência pelo que se passa, a seus pés, nos montes e vales. O negro torna-se a cor predominante da paisagem. Aos olhos, ressaltam os troncos das árvores que, de pé, morreram subjugadas pela força avassaladora das chamas. Aqui e ali, o verde refrescante de verão tomou a cor da destruição.
Agosto, que ofereceu dias agradáveis e momentos de ócio, deixa a marca indelével da coragem dos bombeiros e das vidas que se perderam no combate às chamas que desarvoraram por todo o país e que transformaram tanta área de floresta e mato em campos de cinza e desolação. Um combate desigual entre chamas e homens. E, nesta luta tão assustadora e desproporcional, quem ganha é o fogo que não se rende facilmente à valentia e tenacidade dos homens. Impõe cansaço, exaustão e muita coragem a quem o combate. Imponentes e poderosas, as chamas não se compadecem com o sofrimento dos seus adversários na luta, sem tréguas, que os obrigam a travar. Vidas consumidas. Tragédia que ensombra os dias de agosto. Perdas irreparáveis e dolorosas que se lamentam e ficam marcadas na lembrança cinzenta deste agosto.
O meu respeito por tantos Homens e Mulheres que arriscam a vida, que não se intimidam com a força traiçoeira das chamas. Bem hajam! Paz eterna àqueles que, arriscando a vida, partiram cedo demais.
Viagem a Bragança, um calor abrasador. O céu azul, o fogo ao longe.
Uma autoestrada deserta.
Outras vezes, quase deserta.
O aviso constante.