Breve momento de pausa para quebrar a rotina...

Autoria de textos e imagens do blog é de momento do café


03
Ago 12

O tempo de turmas numerosas já passou e há muito. A escola era uma realidade, hoje é outra e bem diversa. A escolaridade obrigatória tem vindo a confirmá-la. Numa qualquer turma de uma qualquer escola, os alunos não têm igual capacidade de compreensão, aquisição e aplicação dos conteúdos programáticos, por isso, os resultados de desempenho diferem de aluno para aluno. Ritmos de aprendizagem e desempenhos diferentes não podem ser entendidos como inócuos no processo ensino-aprendizagem e, numa qualquer turma, a competência do professor não se limita à "transmissão de conhecimentos" e à avaliação dos bons resultados atingidos pelos alunos que aprendem bem. Alarga-se e consolida-se, sobretudo, na desmultiplicação de estratégias, ações e meios a que recorre para executar a planificação das tarefas e atividades letivas que traça para determinada turma e que contemplam as diferenças de aprendizagem e de desempenho e, simultaneamente, cumprem a programação curricular, tendo sempre em mente o objetivo comum que propõe para todos os alunos, o sucesso escolar, positivo e de qualidade, reconhecendo que o mesmo, de acordo com a avaliação de conhecimentos e o nível de realização de cada aluno, é expresso em diferentes gradações quantitativas. Em turmas alargadas, grandes, esse trabalho fica dificultado e torna-se humanamente frustrante porque o professor não pode, com eficiência, atender, dar resposta e receber o justo retorno do trabalho que realiza com os alunos. Em todo o processo ensino-aprendizagem, também o desinteresse, a desmotivação e o aspeto comportamental dos alunos não podem ficar esquecidos porque condicionam o trabalho que o professor desenvolve e acabam por acentuar o desgaste a que está sujeito sempre que a gestão de comportamentos desadequados se manifestam na sala de aula e se sobrepõem à motivação da turma e ao cumprimento das atividades letivas que programou. Perde o professor, perdem os alunos e os pais. Perde quem, na área da educação, não enxerga esta realidade da escola atual. E perde o país.

(texto atualizado e republicado)

publicado por momento do café às 12:39

05
Jun 10

O TGV acaba de chegar à Educação. Transitar a Grande Velocidade é a medida que faltava ao Ensino para que facilitismo continue a correr sobre carris. E para creditar a transição e refrear a velocidade, surge a ponte com alguns obstáculos (diversos exames) que o aluno tem de contornar para chegar ao Secundário. Que política de Educação é esta que despreza o mérito, frustra e desmotiva os alunos com bons resultados, ilude e defrauda os alunos que alcançam sucesso escolar com muito esforço e, principalmente, promove a mediocridade através dos expedientes com que recompensa os alunos que, sujeitos à escolaridade obrigatória, não querem, nem mostram empenho no percurso académico que lhes é "imposto". A solução de travar, aos quinze anos, o insucesso escolar dos alunos do 8º ano, através da realização de alguns exames, é desconcertante. O aluno frequenta o 8ºano, quer travessar a ponte directa para o 10º e propõe-se aos exames exigidos e que são a nível do 9º ano. Acreditando que os exames são exigentes, que êxito tem o aluno que não possui os conhecimentos, nem as competências que eles exigem? Mesmo que, num apertado espaço de tempo e intensivamente, o aluno estude e se prepare para os exames, os milagres não acontecem. O sucesso escolar não se atinge de modo intensivo. No percurso escolar, o sucesso constrói-se e consolida-se ao longo de muito tempo. Para que serve, então, uma solução tão singular? Vai gerar novo insucesso e não é esse o objectivo por que ela surgiu. Seria uma perda de tempo. Como o único objectivo é iludir o número que pode traduzir o real sucesso escolar, o fantasma do facilitismo parece rondar por aí. Parece que alguém procura impor a presença desse fantasma nos tais exames para que o cardinal fique conforme a ilusão que se quer criar. Ah!... e a grande velocidade, a taxa de insucesso escolar fica reduzida. Então, na Educação, vai restar um qualquer numeral para quantificar a mediocridade travestida de sucesso escolar.

publicado por momento do café às 01:49

22
Nov 09

Na escola actual, os professores reconhecem que a aplicação da fórmula cega do currículo construído para um aluno “padrão” cilindra as desigualdades de desenvolvimento cognitivo, nega as vivências diferenciadas, não reconhece a multiplicidade cultural e as assimetrias sócio-económicas, despreza a existência de dificuldades de aprendizagem que podem ser mais ou menos acentuadas, equaliza o ensino para distintos níveis de desempenho e progresso escolares e, inevitavelmente, concorre para o insucesso dos alunos. São os factores sócio-económicos e a multiculturalidade que mais definem as diferenças e marcam a sociedade. Não aceitar a diversidade que existe na sociedade é apostar na contradição, isto é, numa uniformização que, ao nível da escola, compromete toda a acção e trabalho dos professores. Estes preparam-se, agora, para a extensão da obrigatoriedade para doze anos e, como já enfrentaram o desafio do alargamento da escolaridade obrigatória para nove anos, sabem que a diversidade na escola determina o ritmo de aprendizagem, diferencia a aquisição e a aplicação de competências e conhecimentos, condiciona a progressão e a avaliação de desempenho dos alunos e, sobretudo, põe à prova toda eficiência do professor, quer na luta contra o absentismo dos alunos a quem a escola nada diz, quer na forma como consegue gerir os comportamentos complicados e desafiadores daqueles alunos que frequentam a escola na base da contrariedade. A escola e os seus professores sabem que não se deve embrulhar a diversidade no mesmo currículo. Todos os alunos têm o direito ao sucesso na aprendizagem e quando os professores objectivam a necessidade de concretização dessa igualdade de direito, assumem-se, a nível da educação e do ensino, como geradores de soluções conducentes ao sucesso escolar dos seus alunos. Diagnosticados e criteriosamente identificados os traços que definem a diversidade de uma dada escola, é necessário estabelecê-los como condições orientadoras na construção do currículo “moldável” ao aluno “real”. E não o contrário. "Embrulhar" o aluno num currículo uniforme e claustrofóbico é contribuir para o seu sistemático insucesso escolar.

publicado por momento do café às 21:28

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