Se 7 de janeiro ficou marcado pelo trágico golpe que intentaram contra liberdade de expressão, o dia de ontem ficou desenhado pela força da diversidade globalizada que se uniu para se manifestar contra a violência e reagir ao medo coletivo que não pode instalar-se sob pena de se tornar um aliado daqueles que espalham o terrorismo como uma forma de luta que faça valer o fanatismo a que se entregam. Por um dia, todas as diferenças, a social, a político-ideológica, a religiosa, a cultural, a linguística, a racial, diluídas na solidariedade e na tolerância da incontável multidão que enfileirou a Marcha em Paris, deixaram sobressair os valores que as aproximaram e, em uníssono e em liberdade, comungaram da mesma dor e expressaram o repúdio e a condenação pelos atos sangrentos que foram cometidos em pleno coração de França.