Breve momento de pausa para quebrar a rotina...

Autoria de textos e imagens do blog é de momento do café


15
Ago 09

O papel sóbrio da vespa-rainha, no seio do vespeiro, as suas escolhas e a sua vontade não foram suficientemente convincentes para reunir de forma tranquila, em torno da sua liderança, todas as vespas e, daquele vespeiro, algumas delas que se colocavam a jeito e foram preteridas, agora, zumbem e o som vai emergindo, em crescendo, perante a opção da vespa-rainha por umas quantas vespas nas listas à eleição para a assembleia de todos os tipos de insectos e aracnídeos do jardim quadrilongo tão rosado, situado a oeste da Ibéria. É latente que, no vespeiro, não é preciso sentir-se a acção de outros insectos e aracnídeos opositores e adversários às eleições a que as vespas também se candidatam. Ali, no vespeiro, notórias e constantes são as ferroadas acutilantes que próprias vespas desferem, prontas a picarem-se umas às outras. Quem assim tem vespas amigas não precisa de inimigos, nem de adversários! Mas a vespa-rainha focaliza a sua branda acção na crítica a todo o estridor propagandístico dos grilídeos, seus adversários políticos mais temíveis. Sempre procurando manter a sobriedade que a caracteriza, não quer, não gosta e foge do show-off. Manifestando-se, veladamente, a vespa-rainha segue alheia ao zumbido emitido por essas tantas vespas que, no seio do vespeiro, mostram-se discordantes com a selecção feita sob a sua liderança. Na sua comunicação com o vespeiro, evita o uso do seu ferrão para que a sua picada não possa provocar uma situação dolorosa que possa atingir consequências que condicionem o apoio e militância das vespinhas sempre tão fiéis no voto. A vespa-rainha conseguirá que algumas dessas destacadas vespas que continuam zumbindo, em discordância total com algumas das suas escolhas, não virem as costas e voem do vespeiro, provocando a deserção de muitos votos? Assim, o jardim dificilmente mudará do tom rosa para uma tonalidade mais alaranjada...que, afinal, todas as vespas desejam, mas que o zumbido vai turvando.

publicado por momento do café às 16:35

06
Jul 09

Era uma vez, no tempo em que os insectos e outros animais falavam, um jardim quadrilongo que ficava no oeste da Ibéria e era banhado pelo mar. Dir-se-ia que o mar se juntava ao jardim onde a cor das rosas predominava. Era habitado por muitas espécies de seres vivos e, por deterem o poder, os grilos cantantes eram os que mais se destacavam e assim chamados porque no passado, ainda não muito longínquo, estridulavam incessantemente para amedrontar todos os outros insectos e demais seres que se opunham às medidas que propagandeavam, em show off constante, porque as achavam de grande alcance social e económico. Então, aconteceu que nas eleições para a união dos jardins do velho mundo, uns grilinhos mais próximos do grilinhos dirigentes, pela empatia e por serem mais conhecidos, haviam sido admitidos nas listas como chamariz e na condição de que seriam também candidatados ao poder local nas comunidades daquele jardim quadrilongo à beira-mar. Fora uma regra insistente e principalmente reprovada pelo zumbido das vespas e levara algumas ferroadas das formiguinhas situadas, quer mais à direita, quer mais à esquerda e mais radicalmente à esquerda do grupo dos grilídeos. Contudo, a decisão daquela regra dos grilinhos cantantes mantivera-se. Mas no pequeno jardim, de repente, nas eleições para o jardim mais alargado do velho continente, os grilos foram derrotados e do vespeiro, que surpreendentemente saíra vencedor sob as ordens da vespa-rainha, zumbiram argumentos mais estridentes que refrearam a arrogância e enfraqueceram as decisões dos grilinhos cantantes. Decorrido algum tempo, para admiração de toda a população grilídea e não só, alguns grilinhos que estavam indicados nas listas para as eleições ao poder local no jardim quadrilongo não poderiam ser candidatos a deputados do parlamento daquele jardim tão rosadamente colorido.  Mudara-se a regra! Claro que a decisão proibitiva quanto a uma dupla candidatura não fora coerentemente mantida pelo dirigentes grilídeos sobre o grupo dos grilinhos cantantes escolhidos. E como era de esperar, apanhou-os de surpresa e ouviram-se grilinhos a estridular por todo o jardim: uns (os que mantinham a qualidade de dupla candidatura), em uníssono com o grilinhos dirigentes; outros, um pouco dissonantes e revoltados pela surpresa. Mas estes grilinhos atingidos pela injusta proibição, como estavam em pleno verão e, aproveitando o sol, cantaram de forma precavida, não fosse o ar da silly season tramar-lhes um dos tachos no jardim quadrilongo... no outono, a estação do ano que lhes traria a dupla eleição... atraiçoada!

publicado por momento do café às 00:16

27
Jun 09

Os prestimosos grilos, por todo o lado, com o seu canto tão especial, rápidos e ágeis a atrair um cortejo de seguidores que ambiciosamente procuram postar-se em torno do grilo mais triunfante, com o simples fito de proverem todos privilégios e a troca de influências que lhes possibilitem o carreirismo político por que enveredaram e que venha a proporcionar-lhes o parasitismo público, quer em termos de promoção social, quer em termos do currículo profissional para o qual se acham competentemente talhados e “tachados”. Considerados como amuletos da sorte por muitos que pretendem a continuidade das regalias que usufruem e contribuindo, somente, com o ócio que lhes é alimentado, esses grilos falantes não passam despercebidos e procuram adaptar-se a todas as situações e circunstâncias com o autoritarismo que lhes foi conferido pela maioria de votos obtidos e que temem perder. Em luta pela posição que detêm e que politicamente, na sociedade, pretendem defender, só lhes resta partir em busca de todos os subterfúgios e expedientes que lhes permitam aguentar e sustentar todo o poder social e político que detêm. Com as patas traseiras que lhes facilitam o saltitar, lutam pelo domínio desse canto ruidoso e impertinente da força comunicacional que, pela influência que exercem sobre a opinião pública, podem, de tal forma, causar-lhes mossa na imagem que propagandeiam. Descobertos os seus intentos, quer pelas vespas, quer pelas formiguinhas, as intelectuais e as obreiras ou ainda, pelas formigas ditas do capital, os grilos falantes cantam em uníssono e, despudoradamente, negam qualquer conhecimento. Pretendendo demonstrar o sentido de transparência das suas asas em toda a trapalhada que emergiu, acabam por vetar qualquer decisão que possa confirmar a situação criada, com o objectivo bem definido do controlo e do silenciamento dos inoportunos insectos que suportam a força comunicacional...

publicado por momento do café às 02:22

25
Jun 09

Era uma vez uma vespa que fez frente a outra vespa para a eleição de vespa-rainha de um vespeiro. As farpas do seu ferrão procuraram, de forma calculada, dilacerar, desgastar e até destruir a imagem da vespa sua concorrente ao papel de vespa-rainha. Mas no seio do vespeiro, as suas ideias e a sua vontade não foram suficientemente convincentes para congregar, em seu torno, todas as outras vespas daquele vespeiro. E a primeira vespa não conseguiu vencer a segunda. A falha da sua eclosão política no seio do vespeiro onde procurou que a sua pose e a sua persuasão vingassem, colocou-a numa posição constrangedora. Perante a liderança da vespa reeleita rainha do vespeiro, a vespa vencida sempre zumbiu procurando que a sua atitude crítica colocasse os holofotes dos media sobre si. Sim, continuava presente. Claro que todo o seu zumbido ia causando alguns transtornos no vespeiro onde a união era vulnerável em consequência das lutas pela liderança a que, anteriormente, outras vespas mais ambiciosas se dedicaram. A vespa vencida nunca o negara que era pertença do vespeiro, embora o seu zumbido, muitas vezes, fosse divergente da postura de verdade e das estratégias de acção que a vespa-rainha traçara para reorganizar o vespeiro. Mas depressa a vespa vencida esqueceu o seu zumbido discordante e foi-se manifestando, veladamente, gerando uma branda metamorfose na acção, aparentando uma mudança radical na essência conjuntural que patenteara e que fora tão dissonante para que viesse, tão providencialmente, a aproximar-se mais do vespeiro sob a liderança da vespa-rainha sua opositora. Novamente zumbindo, a vespa vencida começou a revelar vontade de envidar esforços em prol do vespeiro, do qual, afinal, sempre fizera parte. Por fim, ei-la reduzida à qualidade da mais comum das vespas. E, para que não abandonasse a sua maturação e a ambição políticas que acabaram adiadas, certamente, precisaria de gravitar mais em conformidade com o vespeiro e à volta da vespa-rainha vencedora. Então, anunciou a sua decisão, colocando-se a jeito para uma hipotética escolha de vespas... e ao serviço do vespeiro, numas próximas eleições.

publicado por momento do café às 00:19

11
Jun 09

Era uma vez um avestruz que, logo após o fecho das urnas, olhou a projecção dos resultados eleitorais e com o seu bando, procurou pôr-se em debandada, decepcionado e taciturno. Não houve o show-off que, antecipadamente, todo o bando de avestruzes preparara para engrandecer o momento e a atmosfera de vitória que convictamente previra... O ambiente deserto e o silêncio ensurdecedor, desencadeados pela derrota admitida, foram quebrados pela audição de um curto discurso de circunstância. Um balde de água fria colocou todos os avestruzes em corrida, perante a constrangedora e inesperada situação em que foram postos à prova. Confirmou-se a pertença do bando à família dos Estrutionídeos, pois as pernas bem longas e musculadas que caracterizam a sua enorme robustez e agilidade, permitiram uma fuga perfeita e rápida, principalmente, para prevenir o instante em que os media, previsivelmente, no propósito predatório que os sustenta, viessem a interpelar alguns dos avestruzes sobre aquela derrota sofrida... Só não voaram dali mais depressa porque a grande envergadura condiciona-lhes a capacidade de voo. O avestruz escolhido como candidato e cabeça de lista, havia interiorizado que era a maior ave e que a vitória estaria no papo... Tivera de engolir ideias e propostas diversas dos seus princípios e da sua realidade no terreno e, para que pudesse digeri-las, vira-se no propósito lapídeo de ingeri-las para que a sua digestão se tornasse mais facilitada e menos embaraçosa em relação ao resto do grupo de avestruzes que o acompanhava. Alimentou, eleitoralmente, as ervas daninhas da insinuação, sementes da suspeição numa campanha em que deu o tudo por tudo para que pudesse colher a vitória nas urnas . Procurou, com veemência, reduzir as vespas ao silêncio da derrota, esses insectos que fizeram mais oposição de proximidade e que frontalmente lutavam pela vitória eleitoral. Os avestruzes insinuavam e chegaram a pôr em dúvida a capacidade da vespa-rainha para reunir, à sua volta, um vespeiro de apoiantes e conseguir até, que o zumbido mais dissonante de algumas vespas se congregasse em torno da vespa cabeça de lista que ela escolhera para esta difícil empreitada. Mas as eleições chegaram ao fim. A derrota atingiu os avestruzes. E o mito que corre em relação aos avestruzes parece ter sido sustentado... quando apareceram tão cabisbaixos. Até quando? A visão e a audição aguçadas de que dispõem, logo colocou o grupo de avestruzes atento aos predadores que pudessem emergir naquele momento de extrema vulnerabilidade. Muito capacitados para ruminar e digerir uma derrota tão sentida, os avestruzes, com determinação, tomaram precauções e imbuídos do espírito de Fénix, procuraram renascer das próprias cinzas e novamente, despertaram em si, a ambição adiada... e o ânimo para lutarem por uma próxima vitória.

publicado por momento do café às 00:07

10
Mai 09

Ao som do zumbido difundido pelo vespeiro, a vespa-rainha foi emergindo e, gradualmente, crescendo. Nesta espécie social que caracteriza  o vespeiro de um qualquer espectro político, a vespa-rainha instalou-se de forma discreta e, por algum tempo, manteve-se silenciosa. Já acomodada no vespeiro e rodeada de vespas suas apoiantes, fomentou uma mudança circunstancial para objectivar soluções que enfrentassem a situação embaraçosa que resultou da crise económica e financeira para a qual os seguidores da economia selvagem arrastaram o mundo. Consumada a sua eclosão política, acompanhada por tantas outras que lhe são fiéis, procura organizar e controlar o seu ninho de vespas para a que a verdade, a opinião e a vontade de uma qualquer outra vespa, mais combativa, não sobressaia. É premente que ninguém consiga influenciar, nem sequer consciencializar o vespeiro com causas fracturantes que possam trazer estragos à sua posição de vespa-rainha. Não querendo e detestando o show-off, imbuída de atitudes sóbrias, procura comunicar com o vespeiro, evita o uso do ferrão acutilante para que a sua picada não se possa traduzir numa mútua situação de luta dolorosa que venha a ganhar repercussão, condicionando o voto das vespinhas aderentes. Mas desenganem-se as vespas que julgam que a vespa-rainha não é combativa. Atormentar e desgastar são as marcas do seu combate. Ela direcciona-o para um alvo determinado. O seu desejo é cravar as marcas do seu ferrão no poder dos grilos, esses seres cantores que estridulam e ressoam com sons amplificados, produzindo um canto muito particular com a finalidade de atrair os populares grilinhos votantes. Muitos destes consideram os grilos cantantes como amuletos de estimação, pois um grilo representa muita ''sorte'' que poderá ser manifestada nas benfeitorias que os grilinhos não querem perder, nem desejam alienar. Mas o canto dos grilos depois de uma proposta de solução apresentada pela vespa-rainha, pode ser julgado como se a mesma não tivesse passado de um dichote ou tivesse sido, simplesmente, ignorada pelos grilos cantantes. E eles, avessos às críticas de ideias e a propostas de solução, preferem cantar em uníssono e que estridulação resulta! Não param. Isso é motivo para causar mais irritação na vespa-rainha e em todo o vespeiro que acolita à sua volta. A vespa-rainha sente-se fortalecida e ciente da oposição responsável face ao poder dos grilos, reage incomodada e parte para o ataque aos grilos cantantes. Ela procura atingi-los com o seu ferrão para lhes reduzir ao mínimo os possantes estriduladores,  para os silenciar, para os amordaçar – queixa-se um dos notáveis grilos cantantes. E logo ele! A sua necessidade de estridular é constante... e como se sente ameaçadoramente amordaçado!

publicado por momento do café às 00:24

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