O papel sóbrio da vespa-rainha, no seio do vespeiro, as suas escolhas e a sua vontade não foram suficientemente convincentes para reunir de forma tranquila, em torno da sua liderança, todas as vespas e, daquele vespeiro, algumas delas que se colocavam a jeito e foram preteridas, agora, zumbem e o som vai emergindo, em crescendo, perante a opção da vespa-rainha por umas quantas vespas nas listas à eleição para a assembleia de todos os tipos de insectos e aracnídeos do jardim quadrilongo tão rosado, situado a oeste da Ibéria. É latente que, no vespeiro, não é preciso sentir-se a acção de outros insectos e aracnídeos opositores e adversários às eleições a que as vespas também se candidatam. Ali, no vespeiro, notórias e constantes são as ferroadas acutilantes que próprias vespas desferem, prontas a picarem-se umas às outras. Quem assim tem vespas amigas não precisa de inimigos, nem de adversários! Mas a vespa-rainha focaliza a sua branda acção na crítica a todo o estridor propagandístico dos grilídeos, seus adversários políticos mais temíveis. Sempre procurando manter a sobriedade que a caracteriza, não quer, não gosta e foge do show-off. Manifestando-se, veladamente, a vespa-rainha segue alheia ao zumbido emitido por essas tantas vespas que, no seio do vespeiro, mostram-se discordantes com a selecção feita sob a sua liderança. Na sua comunicação com o vespeiro, evita o uso do seu ferrão para que a sua picada não possa provocar uma situação dolorosa que possa atingir consequências que condicionem o apoio e militância das vespinhas sempre tão fiéis no voto. A vespa-rainha conseguirá que algumas dessas destacadas vespas que continuam zumbindo, em discordância total com algumas das suas escolhas, não virem as costas e voem do vespeiro, provocando a deserção de muitos votos? Assim, o jardim dificilmente mudará do tom rosa para uma tonalidade mais alaranjada...que, afinal, todas as vespas desejam, mas que o zumbido vai turvando.