Julho e mais de meio ano que já lá vão. Os dias cumprem-se tão rapidamente que mal vivemos um verão pleno, logo sentimos que em breve ele estará de partida. Entretanto, ficamos com o verão dos dias quentes, dos santos populares e romarias, do sol e da praia, das férias, da crise política, da austeridade, do novo elenco governativo, das incertezas, e que vai marcando o calendário e o nosso ritmo de vida. É o verão dos dias amenos e dos outros mais pachorrentos sob um sol escaldante que, se fosse possível, esqueceríamos tudo e entregar-nos-íamos ao lazer e à preguiça, sem remorsos, porque os momentos destinados à merecida pausa e ao descanso descontraído de verão adiam-se ou vão ficando por concretizar. É o verão dos momentos cansativos, das contrariedades e das exigências diárias que não vão de férias, que nos roubam o verão como se quisessem tomar conta dos dias quentes e luminosos que precisamos de sentir como nossos. É tempo de acreditar nos dias ensolarados que se fazem presentes, olhar céu azul, sentir o ânimo que só o verão tem o condão de nos dar, ainda que, por vezes, nos dececione, esconda os raios luminosos do sol nas manhãs enevoadas e frescas como acontece hoje. Os dias voam, sucedem-se e há sempre tanto para fazer, tanto para cumprir. Vivemos continuamente condicionados à míngua do tempo que sentimos a urgência de usufruirmos o frenesim dos instantes que o verão generosamente nos oferece em escassos três meses que ocupa no calendário. O tempo corre velozmente! Julho está na reta final. Agosto tão depressa está aí, como logo estará de partida. Depois, só nos restarão mais uns dias de setembro para saborearmos os bons caprichos de um verão que foge.
