Hoje, busca-se o último reduto que concretize o sonho mais próximo. Tudo pode acontecer e aspirações estão em alto. Está em jogo o desafio da permanência no Euro 2016 e acredito que a Seleção arriscará tudo. Dos onze que darão luta no campo, das técnicas e da estratégia a adotar frente à Hungria, não me pronuncio. Que entendo de futebol? Hoje, só quero ver na seleção a determinação que anule a ansiedade, a ousadia e o rasgo que contraponham a pressão da exigência do desafio, a força anímica que a faça correr pelo relvado com passos e cruzamentos certos, a garra que negue os intentos do adversário, os remates certeiros que estoirem na baliza magiar.
Eu confio na Seleção.
Sejamos lúcidos. Foram uns quantos remates, um penalti ao poste, um golo anulado e o desencanto a tomar conta de nós. A finalização foi sempre travada nos postes. Sobrou só mais um ponto para as nossas aspirações. Um ponto do nosso descontentamento. Perdemos, de novo, mais dois pontos. E quatro já se foram. O nosso karma, adiar a qualificação, cumpriu-se, mais uma vez. Subsiste um sabor amargo na nossa alma lusa e não queremos, de todo, voltar a prova-lo. A esperança prende-nos à derradeira oportunidade. Sejamos sonhadores, pois. É preciso sonhar para atenuar este desapontamento que nos toca. Queremos passar a fase de grupos. O próximo jogo da Seleção será "ou vai ou racha". Garra, cabeça fria, pés certeiros exigem-se! O jogo será de "mata mata". Dancem o bailinho, o corridinho, o vira, virem-se, revirem-se no relvado, que o jogo contra a Hungria é para vencer.
Não, não! Não sou otimista para afirmar que ganhámos um ponto. A seleção estatelou-se no jogo contra a Islândia. Os remates, e foram muitos, chegavam gelados à baliza adversária. Há que registar, contudo, o papel meritório do guarda-redes islandês. Ainda pensei que, após o golo do Nani, a tarefa ficaria mais quente para derretar aqueles pilares islandeses e calar os seus incansáveis adeptos, mas eficácia não correspondeu. O golo da Islândia foi a verdadeira pedrada gelada na "tola" da nossa seleção e, o discernimento, que até ainda ia resistindo, congelou. Foi o primeiro jogo, é certo, mas foram dois pontos perdidos. A par do nosso peculiar pessimismo, resta a esperança, essa tão nossa, tão portuguesa. E por falar na nossa forma tão lusa de sofrer, onde se enfiaram os milhares adeptos portugueses que, nas bancadas, não se fizeram ouvir para calar as hostes islandesas que nunca deixaram de puxar pela sua seleção?
Destaque em Sapo Blogs em 15 de junho de 2016
Passam os dias e a chuva dá tréguas. Maio, que cumpre a sua reta final, oferece um dia quente. Desço a rua até ao mar, caminho pela praia e aproveito o sol que tão escondido tem andado. Ficam as imagens.
A tranquilidade do mar em dia de sol.
As flores que dão cor às dunas.
A ribeira corre para o mar.
Os dias passam e o calendário cumpre-se vertiginosamente. Correm! Mal acabaram de passar o Natal, as festas, os doces, os presentes, o início de um novo ano e, em escasso mês e meio, o Carnaval chegou, esgotou-se e partiu encharcado. S. Valentim veio e vai embora em dia de temporal. É tempo de inverno alagadiço que cinzenta a alma e inunda o corpo agarrado à sucessão dos dias aborrecidamente cinzentos e tristes. É um inverno chuvoso que transborda, destrói e arrasta qualquer boa disposição que ainda resta para encarar as condições metereológicas adversas que se fazem sentir. São dias e dias de chuva que apetece dizer: Basta! Dias de sol precisam-se! Mas os simples mortais não têm poder para exigir uns poucos dias de sol!