Há dias em que acordamos de mal com o mundo e a vida. E esta nem nos corre mal. Só que a má disposição faz-se presente e sentimo-nos out. E embarcamos na onda da lamentação. Queixamo-nos do sol que brilha mas não aquece ou da chuva que, batida pelo vento bravio e frio, nos encharca até aos ossos. Queixamo-nos do autocarro que chega atrasado e, penosamente, enfrentamos a viagem como sardinha enlatada. Queixamo-nos do colega de trabalho que fala, fala. Como está maçador! Ou da colega que só fala dos trapos que a moda dita. Como parece fútil! E nem o chefe escapa. Competente mas pouco carismático. Ou incompetente na proporção direta da prepotência que exerce. Quando acontece assim, agarramos o lado "chato" da vida e um rol de lamentações comezinhas sucedem-se. Um estado de queixume que não nos deixa disponível para apreciarmos a vida e, nesse dias, ela passa-nos ao lado... Não é a vida que nos finta, é o nosso mau humor que a evita.