A palavra está bem paga. Está em alta. Bem cotada para quem a profere nos media e "merecidamente" se julga digno de ser bem remunerado na proporção direta da fluidez com que faz uso dela. Sem descontos, mesmo que ela seja incontida, enrolada e demagógica. Sem acréscimo de valor à cotação corrente, ainda que esclarecedora e sensata. Debate-se, comenta-se, analisa-se, opina-se, especula-se, conjetura-se, prevê-se... A palavra está plenamente "in ". Crise, défice, dívida soberana, troika, BPN, PPP, Scuts, Madeira, remunerações, agravamento, impostos, taxas, desemprego, recessão, OE! Quanta palavra...oops! E bem martelada para que se não escape alguma ou se esqueça que é austera e o seu efeito é penalizador. Estafada, ela baralha, confunde, desanima, amedronta. Desastrosa no quotidiano do cidadão. E, se a palavra produz um efeito tão nefasto, qual o motivo por que se atura tanto palrador? Apetece-me questionar: "Por qué no te callas?"