A Natureza tem tanto de generosa quanto de poderosa. O ser humano, diante tanta generosidade que ela lhe oferece, sempre quis dominá-la. Observou e estudou as leis e os fenómenos que a regem, devastou florestas, abriu caminhos, cruzou mares, ergueu pontes e barragens para dominar os rios, construiu rodovias, túneis e viadutos para reduzir as distâncias, edificou as habitações sobre a orla costeira, no cimo das montanhas... e esqueceu que o poder da Natureza é infinito. Forte e devastador. Indomável e imprevisível. Caprichoso quando a sua fúria se abate sobre o ser humano e este, na sua pequenez, inclina-se respeitoso e, impotente, subjuga-se àquele poder que o destrói para se reerguer resiliente, olhar toda destruição, o caos, chorar os seus mortos e recomeçar a construir o que perdeu, na tentativa de poder, uma vez mais, vencer a Natureza.