A reinstalação da esperança e a restauração da confiança no poder político e nas instituições têm sentido prioritário para que se esvaiam o sentimento e o estado de alma de desconfiança, insegurança e desesperança que se colam à pele do comum cidadão. É urgente que se possa restabelecer a réstia de força anímica que parece não ser suficiente para, em tempo útil, recolocar o pundonor no exercício do poder que se exige transparente e assente na verdade. Mas como? A classe política vive como que ajustada a um tom cinzento de princípios e de valores que põem à prova a descrença e a indignação que crescem nos cidadãos. Há uma oculta e pardacenta face que subtilmente nos engana, que "servilmente" nem nos serve, que não nos conta o que verdadeiramente se passa em relação às dificuldades que assolam o nosso país, que nos impõe medidas de austeridade em austeridade que comprometem a nossa dignidade de cidadãos com direitos e deveres no pleno exercício da nossa cidadania. Assumo o dever de não aceitar este estado de resignação e reivindico o direito ao sentimento de indignação. E como cidadã de pleno direito, tenho o dever de não me abster no exercício da minha opinião quando o poder político extrapola os seus limites e me "lixa".