A Primavera assume a sua plenitude, acomoda-se bem a Maio para cumprir o seu tempo. Maio mostra o desabrochar da Natureza que obedece e respeita o almanaque da renovação que o curso da Primavera lhe impõe e esta torna-se a mais grata pela chegada de Maio. Sente-se a explosão de vida, de cor, de aromas que, em dias de Primavera, enchem o céu que retoma o seu tom azul mais límpido. É o tempo de acordar os sentidos e agarrar as sensações porque a vida se renova. É Maio, sente-se a celebração da Primavera e, traduz-se, assim, a frescura das tonalidades, a miscelânea de sons que se confundem no ar, a luminosidade que se abre para a leveza que os dias espalham. Por isso, num acto de boas-vindas, as giestas festejam Maio. Estendem-lhe a Primavera num intenso tom amarelo, quente e radioso que brilha por todo o lado. Pelas encostas e bermas dos caminhos e estradas, respira-se o aroma das giestas em flor e, até onde a vista alcança, abraça-se aquele amarelo vivaz. Maio, no calendário dos dias, toma a expressão da Primavera realizada. E tornam-se indissociáveis, no tempo e no espaço. Contudo, Maio também é impiedoso com a Primavera. Maio submete-se aos laivos de frio que o inverno deixou para trás na sua caminhada para outras paragens. E o frio regressa. Deixa-o invadir a atmosfera de Primavera que envolve a Natureza. E o frio, que teima estar presente, perpassa por entre os dias primaveris... e o ditado popular vem confirmar que “em Maio, comem-se as cerejas ao borralho”.