Tal como acontece na sociedade dos homens, algumas vespas instalam-se indefinidamente no vespeiro ou, em algumas fases, parasitaram os sucessivos caciques até à conclusão do seu ciclo de maturação política. Lutam para que sua influência “política” seja representativa no vespeiro. Em associação surda com outras vespas, parasitam e vão organizando o seu vespeiro exclusivo no seio do vespeiro mais amplo e comum e deste retiram todos os meios e recursos que lhes possibilitem a recolha e o sustento do apoio que necessitam sempre que sintam periclitante a posição que foram alcançando. Dentro do vespeiro vão construindo a sua própria verdade e opinião e congregam os seus núcleos de aceitação até ao momento em que a vontade da vespa-rainha, numa acção de limpeza, se imponha. Essas vespas, ora desinstaladas do seu endoparasitismo político, conhecedoras da volatilidade das vespas suas apoiantes que, face a uma circunstancial medida da vespa-rainha, tomam a conveniente atitude de alinhamento e comunhão nas suas decisões, vão zumbindo sem que percam qualquer oportunidade de desafinarem num outro zumbido, mais controverso, que se faça ouvir e venha a atingir um som altamente insuportável, com efeitos desgastantes sobre quem comanda essa espécie social que é a vespa. Mas, eis que em socorro da vespa-rainha, ouve-se o forte zumbido de apoio que um vespão, no jardim plantado no mar, emite estrondosamente para que se sobreponha ao zunzum descontente e incomodamente polémico contra e a favor da inclusão de umas vespas e a exclusão de outras numa lista que resulta da acção de limpeza levada a cabo pela vespa-rainha. Até que tudo esteja arrumado, há quem afirme que a polémica é normal. Como se luta renhidamente pelo poder!