Uma persistente nebulosidade vem cobrindo agosto e, em tempo de honrarias e foguetório ao santo padroeiro de uma qualquer terrinha, o que está a marcar o rebuliço do verão nacional é a queda de um santo financeiro. Nem os sons festivaleiros, a bombar por todo o lado, conseguem silenciar o estrondo que acordou a pasmaceira estival. Um grito de "sacanice" ouviu-se, tomou conta do verão, e nem o Espírito Santo, o divino, conseguiu contrariar tanto "diabolismo" à solta. Pés de barro e soou o eco do trambolhão ruinoso! Um brado aos céus! A tranquilidade dos dias de veraneio foi quebrada desde que um santo financeiro perdeu a tramontana e é ver o burburinho que corre. Um espírito do mundo financeiro caiu do altar com desmedido impacto que cavou um buraco descomunal. A poeira tóxica que levantou é de tal perigosidade que muitos, uns gananciosos e outros incautos, jamais verão o "cacau" que investiram. O tal espírito, santo que pululava entre os mundos financeiro, económico e o poder político, vai procurar uma saída airosa. Será mais um momento déjà vu porque os da avidez pelos ganhos e os tristes enganados, tão confiantes nas lides da alta finança, arriscaram e perdem milhões, apanham os cacos da ganância e aprendem que os santos financeiros não fazem milagres, mas que há talento para o engodo. E, de toda a situação que atravessa este verão tão arredio, sobrou um bad bank para além do santo da tramoia dos milhares de milhões e dos tramados pela ganância. A procissão ainda vai no adro e os anjinhos do costume já receiam que, mais uma vez, tenham de pagar o prejuízo que resulta de tanta desfaçatez.