Enquanto o verão acontece, o maior partido da oposição, em atitude de entendimento interno inconseguido, enfrenta a disputa pela liderança. Desgasta-se, que o tempo de decisão quis-se demorado. As inscrições para as eleições primárias já decorrem, marcam o tempo, o que cumpre o calendário e o que desenha o verão e, em plena silly season, que parece que já não é o que deveria ser, capitalizam-se eleitores. Há uma luta que atravessa o costumeiro marasmo político de verão, quando relógio do tempo não para, nem se compadece com as incertezas de um destino político traçado ao longo de uma fastidiosa linha temporal que se quer ver cumprida pelo Partido Socialista (PS), dividido entre os apoiantes do líder e os do candidato seu concorrente. Disputa e dúvidas vivem-se no PS. Tempo consentâneo com certas manhãs de julho que emergem do nevoeiro denso que desce e esconde o sol, pouco seguro, que não corresponde aos anseios das gentes, que não se decide a dar um ar do seu brilho e da sua força. Tudo segue temporizado até que as eleições primárias se consumam, então, sob o respiro outonal e para que delas emane o vencedor, o próximo líder, o mesmo ou o novo, o candidato a primeiro-ministro.
*Em destaque no Blog dos Blogs do Sapo, em 20-05-2014