Fico incomodada sempre que encaro, “televisionariamente”, a Sra. Ministra das Finanças. Em entrevista à SIC, a Sra. Ministra veio defender o OE2014 e, no decorrer da mesma, afirmou que não é intenção do Governo torturar os portugueses. Fiquei tão exaltada que, mentalmente, não me contive, refutei tal afirmação e disse para comigo, pois, não é intenção, é vontade. O que me revolta não é a tortura dos sacrifícios que me são exigidos. O que me revolta é sentir-me um número, um contínuo punhado de euros a jeito de serem levados por quem (o Governo, claro!) me olha sobranceiramente como se eu fosse ignorante ou desinformada; por quem não me respeita e não me defende face à intransigência da Troika; por quem deixa escorregar, entre as mãos e como se fosse manteiga, mais austeridade no OE2014; por quem pretenderá fazer acreditar que o culpado, de costas largas, pelo difícil cumprimento da meta do défice para 4% do PIB, acordada com Troika, nas 8ª e 9ª avaliações, será o TC, se a fiscalização da constitucionalidade der lugar ao chumbo de algumas medidas contidas neste orçamento. Há dias e dias de tortura com números e contas pela submissão aos imperativos da Troika. E todos os dias são de muita indignação!