Pobre país! Doente, definhava a olhos vistos. Carente de tratamento que lhe alivasse o definhamento que o minava e, já em desespero, eram-lhe ministrados PEC’s sucessivos e em rigorosas doses de austeridade, que não surtiam qualquer efeito compensador e muito menos curativo. Depauperado, caminhava para a falência financeira. Tornava-se inadiável um pedido de ajuda eficaz que garantisse outros recursos que estancassem aquela condição de desfalecimento iminente. Então, pediu-se a intervenção de uma equipa de assistência internacional, a Troika, que acorreu de imediato. Chegou, observou, auscultou, examinou minuciosamente, analisou e confirmou o diagnóstico temido: severa crise que apontava para falência múltipla dos órgãos financeiros. Era urgente travar a evolução galopante do estado de saúde do paciente e logo prescreveu o remédio mais adequado e radical: urgentes medidas de ajustamento financeiro. Mais austeridade e em doses colossais! Advertia que o tratamento seria violento, com manifestação de frequentes e graves efeitos recessivos, e não descartava a hipótese de ser necessário o recurso a novo e mais duro reajustamento das medidas prescritas. Acrescentava que, não obstante o tratamento agressivo a que país seria submetido, a cura não ficava garantida. E o pobre país, enfermo, vive um dia de cada vez. Umas vezes, com esperança; outras, com o receio de que, exaurido, possa morrer da cura e não da doença.