Às vezes, apetece-me denunciar desabridamente esta incompetência que gere a "coisa" e a causa públicas e que nos corrompe o ato de fé nas gentes e no futuro.
Às vezes, apetece-me desacreditar estes políticos que usam uma linguagem polémica, pouco respeitosa e constroem slogans de promessas enganadoras em campanhas políticas bem orquestradas.
Às vezes, quero abafar esta maledicência tão lusa que invade a sociedade, que anuncia o mais pungente drama ou o mais malicioso dichote e brejeira anedota, alheando-se da dúvida que provoca sobre os visados.
Às vezes, apetece-me calar este povo de fanatismo bacoco que reage às derrotas e vitórias das suas paixões clubísticas e partidárias com tanta emoção e ruído. Deem-lhe, também, casos de vida e morte que os media sustentam para garantir audiências e está pronto para opinar, comentar, julgar...
Às vezes, apetece-me silenciar este choradinho luso que vai da mais sentida lágrima à mais estridente euforia.
Às vezes, já não há paciência...