Não posso deixar que o sonho incompleto ou não realizado venha lançar-me num estado de desalento e frustração que me liquide a esperança residual. Isso seria deixar morrer a réstia de esperança que me sustém para não soçobrar. Só com a esperança posso atar e desatar os laços da vida que o sonho constrói. É com ela que resisto ao desânimo que o adiamento, o reinício ou a perda do sonho provoca. E mesmo que ténue, é a esperança que impede a cristalização e empurra para a recriação ou a reconstrução do sonho. É a esperança que se opõe ao abandono do sonho e acalenta a exigência da sua reformulação "forçada" para que, reiniciado e tornado concretizável, conceda a oportunidade de acreditar, novamente, na necessidade e na capacidade de sonhar.