Por ter achado graça a esta imagem no cartucho de papel de uma churrascaria take-away, insiro a foto que tirei dela. Desconheço quem é o autor da imagem.
Por ter achado graça a esta imagem no cartucho de papel de uma churrascaria take-away, insiro a foto que tirei dela. Desconheço quem é o autor da imagem.
A larga amplitude que a diversidade toma, tanto na sociedade como na na escola, exige do professor uma resposta atenta, adequada e empenhada. Hoje, a nível da aprendizagem, o professor trabalha na e para diversidade, factor que marca a escola para todos. A diversidade que o professor encontra na escola impõe-lhe uma desmultiplicação de estratégias, actividades e recursos numa planificação organizada de tarefas de aprendizagem que a diferenciação exige para cumprir um objectivo comum, o sucesso escolar. E, mais do que vocacionado para o ensino, o professor actual lida, também, com a indisciplina, a desmotivação e o insucesso escolar. Muitos alunos revelam desinteresse pela escola, cultivam o ócio, fazem um percurso sem rumo na construção do futuro, e acabam, muitas vezes, por revelar comportamentos disruptivos. Os comportamentos desajustados e a violência que manifestam, na sala de aula ou em qualquer outro contexto escolar, prejudicam o quotidiano da escola, as actividades de ensino-aprendizagem, as relações interpessoais e de convivialidade na comunidade escolar, e o professor acaba por sofrer o desgaste pessoal e profissional que essas situações comportamentais ocasionam.
Ao concluir esta série de apontamentos que escrevi sobre as relações entre família e a escola, mais do que nunca, afirmo que ser professor não é fácil na sociedade actual.
Ousava-se no direito ao livre pensamento, à consciencialização e à esperança. E "Abril" de Abril abriu-se para aquela réstia de esperança que resistia. Fazia sentido agarrar a LIBERDADE que nos era oferecida e com que sonháramos.
No esforço de gestão de casos de indisciplina e dos comportamentos desajustados que acontecem na escola e que comprometem a aprendizagem e o sucesso escolar dos alunos, os professores, sós, desempenham um papel difícil porque nem sempre vêem resultados imediatos ou a médio prazo. É importante salientar que à escola compete desenvolver estratégias que contribuam para a prevenção dessas situações comportamentais desadequadas que possam emergir na comunidade escolar. Havendo, ainda assim, falhas ao nível da prevenção, à instituição escola cabe o papel de reivindicar a dotação de recursos humanos especializados na problemática comportamental (psicólogos, professores de educação especial, e outros) para que os professores sejam apoiados na identificação dos sinais ou das condições que definem atitudes de indisciplina e/ou de comportamento de determinado(s) aluno(s) para que avaliação, feita em tempo útil, possa conduzir à intervenção adequada que reponha os momentos de sã convivencialidade na escola e no seu perímetro envolvente. Na fase de prevenção e que deverá ser a acção prioritária e aplicada ao universo dos alunos da escola, todo este processo deve contar com a colaboração responsável e empenhada dos encarregados de educação (pais ou outros). Numa fase de intervenção, se as circunstâncias comportamentais assim o exigirem, e durante o desenvolvimento e avaliação do programa interventivo que venha a ser aplicado a determinado(s) aluno(s) toda a acção deverá contar com a participação dos respectivos encarregados de educação.
Os problemas comportamentais e de indisciplina que ocorrem na escola podem estar relacionados com o contexto social onde o aluno se movimenta e convive e resultarem, também, da atitude familiar. Muitos pais desvinculam-se dos seus deveres parentais, não investem na construção do projecto de vida dos filhos e estes acabam por ser a projecção do desafecto, do desinteresse, do abandono a que são votados, o que acaba, em última instância, por confirmar e acentuar o desgaste a que os professores estão sujeitos quando a gestão dos comportamentos desajustados que se manifestam na escola se sobrepõem ao cumprimento das tarefas programadas para o exercício tranquilo do processo ensino-aprendizagem. Felizmente, ainda há professores que alcançam êxito na gestão dos comportamentos com que se deparam na sala de aula e na escola, porque a intuição, a ponderação e a subtileza, aliadas à experiência acumulada, resultante de repetidas circunstâncias comportamentais, contribuem para um desfecho positivo que pode ser aferido pelo feedback de respeito e de confiança que acabam por merecer da parte dos alunos. Embora se reconheça que os incidentes comportamentais e de indisciplina que acontecem em contexto escolar possam ser geridos e ultrapassados, eles não deixam de ser episódios marcantes, emocional e psicologicamente, no percurso profissional do professor que, muitas vezes, só, enfrenta esses problemas que não deveriam ficar confinados à sala de aula ou ao local da escola onde ocorrem porque o apoio e a intervenção atempada, responsável e solidária de quem dirige a escola são fundamentais na preservação da coesão de toda a comunidade escolar.
Abril chega e fazendo jus à voz do povo "em Abril, águas mil", quer lavar os resquícios da invernia, para que, de alma lavada, possamos receber a Primavera que, imperceptível, marcou o calendário de Março. E Abril acolhe-a como o testemunho que nos quer passar, com a leveza dos raios de sol que teimam em romper por entre as "águas mil", para deixar transparecer uma luminosidade mais desperta. Abril acorda-nos os sentidos quando as suas águas o deixam assumir aquele ar primaveril que o torna um recém-chegado desejado. E, ao som dos primeiros chilreios e zuídos que se espalham pelo ar, Abril carrega a frescura das cores que a natureza vai tomando para si, cumprindo o programa da renovação. Abril brilha na lembrança dos malmequeres brancos e singelos no jardim da Casa do Torreão e que se estendiam pelas jarras da sala e do oratório, no quarto da tia Emília. Abril deixa descobrir o branco dos jarros que emergiam entre as largas folhas verdes, nos canteiros do quintal que circundavam os três grandes tanques de pedra onde a água espelhava as ramadas com os seus primeiros rebentos. E Abril traz o aroma da velha laranjeira lá ao fundo do quintal, onde a cor dos frutos sobressaía por entre o verde brilhante das suas folhas. Abril abre-se para uma pausa na memória da Páscoa quando os simbolismos se aceitavam serenamente e nada se questionava: a bênção dos óleos sagrados, o lava-pés, os laudes de sexta-feira santa, a vigília pascal e a festa da Ressurreição. Abril é o estalar dos foguetes e o toque da campainha anunciando a chegada da visita pascal. E Abril aviva a doçura e o colorido de um domingo de Páscoa cheio de sol e de amêndoas. Abril é o acomodar dos nossos sentidos ao desentorpecimento que a Primavera vai provocando no quotidiano.