Ao ler aqui a notícia de que, nos Açores, iam começar a ser distribuídos treze mil computadores Magalhães, lembrei-me do tempo que a existência de um simples computador, na escola, era uma excepção. Ficava a nítida impressão de que havia escolas “filhas” onde os projectos para obtenção de um computador para apoio à aprendizagem eram aprovados e implementados e as escolas “enteadas” que apresentavam também um projecto estruturado, com professores já habilitados com formação em informática e creditadas pelo ME, escola com instalações, mas como não havia dinheiro para pagar o seguro das mesmas e do material informático, o computador não chegava à escola. E que dificuldade quando o computador, como suporte à aprendizagem, era imprescindível ao aluno com necessidades educativas especiais (NEE) e não existia na escola! O preço era incomportável para a maioria dos pais e o único recurso era a escola fundamentar o pedido à autarquia no sentido de o obter e então, lá se conseguia uma verba para se adquirir o computador para a sala de aula e pertença da escola. E, todos os dias, no fim do dia lectivo, era guardado juntamente com a impressora na arrecadação mais segura para ficar preservado de um possível assalto à escola. O que relato, vivi-o com projectos apresentados e com alunos com NEE. Depois, com a formação de agrupamentos de escolas e da implementação de alguma autonomia nas escolas, sentiu-se mais investimento e pequenas salas de informática, apetrechadas com alguns computadores (ligados à internet) e impressoras, foram surgindo. Para tal, contribuiu e muito, o empenhamento do corpo docente e do conselho executivo da escola.