Onde pára a transparência num portal que se objectivava como tal para os cidadãos? A qualidade de ser transparente deveria ser única e pura num portal que se quer como a imagem da transparência de decisões e gastos em todas as áreas da governação. A transparência diz respeito à imagem daquilo que se faz, se diz, se decide e se gasta e que deve ser visualizada de forma clara e completa. Claro que o grau de transparência pode variar de acordo com situações toldadas que se lhe impuserem e assim enturvado, o portal, na sua génese e implementação “transparece” opaco. E a opacidade provoca a desconfiança do cidadão responsável. À transparência opõe-se, em termos da física, a opacidade. Logo, se são contraditórios, não podem coexistir num portal que se quer transparente aos olhos dos cidadãos. Como pode a transparência assentar em determinações turvas que provocaram a opacidade que se revelou, quando toda a visibilidade deveria ser bem límpida? Aquilo que é transparente deve ser visível. Afinal, o portal da transparência nasceu ludro. É um problema tão sério que deixou toda a gente atónita perante tanta falta de transparência. É uma contradição flagrante.