Com os festejos ao São Pedro, termina o ciclo de festas aos santos populares. A época chega ao fim e com ela o lançamento dos balões tão queridos às gentes do norte do País. Os balões emprestam encanto, cor e beleza às festas populares de cariz cristão e oferecem a oportunidade de se reviverem as tradições que são tão ao jeito folgazão do povo português. Umas vezes, lançam-se uns balões, sempre belos e coloridos que, no exacto momento do lançamento, recusam a existência fugaz que os acompanhará... enquanto outros gostam de patentear a sua luz aos olhos da multidão que os observa na única viagem arrojada e triunfal que fazem e, escolhendo o brilho de uma existência tão efémera, galgam o céu estrelado, sem amarras, sem planos definidos, ao acaso, até se tornarem simples pontinhos longínquos que vão desaparecendo. Eu pertenço à multidão que se delicia com estes balões que iluminam as noites de festa e os olha com encantamento quando os vê deslizar pelo céu até se extinguirem e para quem é costume ouvir alguém dizer: “Ó patego, olh'ó balão!”