Os prestimosos grilos, por todo o lado, com o seu canto tão especial, rápidos e ágeis a atrair um cortejo de seguidores que ambiciosamente procuram postar-se em torno do grilo mais triunfante, com o simples fito de proverem todos privilégios e a troca de influências que lhes possibilitem o carreirismo político por que enveredaram e que venha a proporcionar-lhes o parasitismo público, quer em termos de promoção social, quer em termos do currículo profissional para o qual se acham competentemente talhados e “tachados”. Considerados como amuletos da sorte por muitos que pretendem a continuidade das regalias que usufruem e contribuindo, somente, com o ócio que lhes é alimentado, esses grilos falantes não passam despercebidos e procuram adaptar-se a todas as situações e circunstâncias com o autoritarismo que lhes foi conferido pela maioria de votos obtidos e que temem perder. Em luta pela posição que detêm e que politicamente, na sociedade, pretendem defender, só lhes resta partir em busca de todos os subterfúgios e expedientes que lhes permitam aguentar e sustentar todo o poder social e político que detêm. Com as patas traseiras que lhes facilitam o saltitar, lutam pelo domínio desse canto ruidoso e impertinente da força comunicacional que, pela influência que exercem sobre a opinião pública, podem, de tal forma, causar-lhes mossa na imagem que propagandeiam. Descobertos os seus intentos, quer pelas vespas, quer pelas formiguinhas, as intelectuais e as obreiras ou ainda, pelas formigas ditas do capital, os grilos falantes cantam em uníssono e, despudoradamente, negam qualquer conhecimento. Pretendendo demonstrar o sentido de transparência das suas asas em toda a trapalhada que emergiu, acabam por vetar qualquer decisão que possa confirmar a situação criada, com o objectivo bem definido do controlo e do silenciamento dos inoportunos insectos que suportam a força comunicacional...