Paralelamente às famílias tradicionalmente constituídas, hoje encontramos as famílias monoparentais, as famílias construídas na base da união de facto e as famílias reconstruídas de novo casamento ou de nova união de facto. Se vier a ser legalmente permitida a adoção e a coadoção de crianças por casais homossexuais, então teremos um novo e diferente modelo de família e os papéis sociais de pai e de mãe serão simultaneamente atribuídos a duas pessoas do mesmo genéro. No caso do direito à adoção de crianças por casais do mesmo sexo, a criança será um terceiro elemento que aparece num novo conceito de casamento e a sociedade vai gerar apreensão e resistência a este novo modelo familiar estruturado de forma diferente. Como reagirá a criança perante pais (dois homens ou duas mulheres) que formam um casal diferente? A criança aceitará ser adotada e ser filho/a (a criança tem o direito a ser adotada e a ter a família) de um casal homossexual? Se sim, penso que ela será amada como qualquer outra criança que cresce e é educada numa família formada por um homem e uma mulher ou monoparental como acontece frequentemente na sociedade atual e motivado por situações da vida. A criança sentirá necessidades, sonhos, frustrações, alegrias semelhantes e sentir-se-á amada. A criança tem o direito “a um colo”, às referências afetivas e familiares que são marcantes na fase do seu crescimento e que se projetam no seu percurso de vida. E que modelo familiar para a formação da sua identidade (em género) terá como exemplo a seguir? Afinal, ela terá a convivialidade com outras crianças, homens e mulheres que constituem famílias, umas com "base heterossexual, outras com base homossexual", e todos os diferentes modelos do sistema familiar se cruzarão, quer ao nível das interações familiares, quer ao nível das relações sociais, onde o respeito e a liberdade são condições incontornáveis e exigíveis nas mudanças que se operam na socidade atual.