Lá se foi 2012. Partiu e não deixou saudades. Foram 366 dias que se resumem em duas palavras: crise e austeridade. Duas palavras "espaçosas" que tiveram o condão de afetar o nosso quotidiano e ganharam tal amplitude que se comprazem em nos fazerem companhia em 2013. Tivémos, pois, um escasso momento para dizer: Bem-vindo 2013! Logo no 1º segundo deste novo ano já um todo insustentável pacote de aumentos (água, luz, gás, transportes, portagens, combustíveis, etc., etc.) nos está a tramar. Para além da crise e da austeridade que transitaram para o recém-chegado 2013, não podemos esquecer o Orçamento de Estado (OE) que vem embrulhado em papel cor futuro pardacento, decorado com um enorme laço negro que nos ensombra a esperança. É mais um presente indesejado que o governo nos ofereceu e que o PR chancelou. Traz o agravamento generalizado de impostos e contribuições, obriga a cortes salariais significativos, traça estratégias ilusórias para os subsídios de férias e de 13º mês, provoca mais desemprego e precariedade laboral, impõe o pagamento de sobretaxas e taxas de solidariedade. Um OE aprovado que obriga à viragem de paradigma (como já ouvi dizer uma deputada do PSD ao regozijar-se com a sua promulgação). É a tese do empobrecimento de um povo, digo eu. Adivinham-se dias bem difíceis para este ano que acaba de chegar. Sermos otimistas, é difícil. Nem os iludidos, nem os alienados podem encarar com ligeireza toda esta adversidade que nos "troiKa". O povo começa a sentir-se esgotado com tanta insensibilidade social e com tanto distanciamento com que se exerce a governação. Perdeu-se a crença e também a credibilidade em quem nos governa. Aguentaremos?