Outono, decidido, desenvencilha-se do sol pálido que possa atrapalhar os seus ímpetos e, sem demora, quer impor a seu verdadeiro génio. Chuta, de vez, o verão que desvanece. Encosta-o ao passado. Assume o espaço que lhe compete no calendário dos dias até que o frio do inverno se faça sentir e o relegue, também, para o tempo passado. Lança-se numa ventania incómoda. Folhas secas voam atordoadas, dançam, rodopiam, aconchegam-se, desfalecem e, por todo o lado, ao som do vento, estendem tapetes de matizes únicos que marcam mais um outono que chega sem disfarces.